25 de ago. de 2010

PROPAGAÇÃO DE JABUTICABEIRA POR ENXERTIA E ALPORQUIA

Segunda parte

MATERIAL E MÉTODOS

Foram realizados dois experimentos, um utilizando a técnica de enxertia e outro utilizando a técnica de alporquia em jabuticabeira.

Experimento 1: Propagação de jabuticabeira por enxertia

Foi testada a pega de enxertia de três espécies de jabuticabeira (P. cauliflora, P. trunciflora, P. jaboticaba) sobre porta-enxertos de P. cauliflora, que é a espécie de ocorrência natural em alguns municípios da região sudoeste do Paraná.

O delineamento experimental adotado foi em blocos ao acaso, com quatro repetições, no esquema fatorial 3 x 2, constituindo-se de três espécies de enxertos e duas épocas de implantação (maio e agosto de 2008). A unidade experimental foi constituída por oito enxertos.

Como porta-enxertos, utilizaram-se plantas de jabuticabeiras nativas da região sudoeste do Paraná (P. cauliflora), com 18 e 21 meses de idade, para a época de maio e de agosto, respectivamente. Os garfos foram retirados de ramos apicais de plantas adultas (35 a 40 anos) das espécies P. cauliflora, P. trunciflora e P. jaboticaba, localizadas no município de Itapejara D'Oeste-PR.

Em casa de vegetação, foi procedida a enxertia de garfagem de topo em fenda cheia. O porta-enxerto foi podado entre 15 e 20 cm de altura. Os garfos foram preparados com aproximadamente 10 cm de comprimento, retirando-se todas as folhas. A porção apical do garfo foi recoberta com parafina derretida, para evitar desidratação. Imediatamente após a realização da enxertia, efetuou-se o amarrio com fita parafinada tipo "Bud type". As folhas existentes no porta-enxerto, abaixo do ponto de enxertia, foram mantidas para não paralisar a atividade fotossintética da planta e facilitar a pega.

As plantas enxertadas foram mantidas em casa de vegetação com temperatura controlada (mínima de 15°C e máxima de 28°C), com sistema de aquecimento e de resfriamento, e com cobertura e laterais em placas de policarbonato transparente.

As avaliações de percentual de brotação dos enxertos e do número e tamanho de brotos foram realizadas 90 dias após a implantação do experimento. Os dados foram submetidos à análise de variância (P<0,05) e ao teste de Tukey (P<0,05), pelo programa computacional 'Genes' (CRUZ, 2006).

Experimento 2: Propagação de jabuticabeira por alporquia

Foram utilizadas plantas adultas de jabuticabeira (Plinia cauliflora), com aproximadamente 20 anos de idade, localizadas no município de Vitorino-PR. O experimento foi instalado em dezembro de 2007.

O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso, com oito repetições (representadas por plantas de jabuticabeira), no esquema fatorial 2 x 2, constituindo-se de dois diâmetros de ramo (1,0-1,5 cm e 2,0-2,5 cm) e duas larguras do anelamento (1,5 cm e 3,0 cm).

Nas plantas, foram escolhidos ramos com boa sanidade, vigor e com diâmetro desejado para realizar-se a alporquia. Procedeu-se a retirada da casca em forma de anel, na largura correspondente ao tratamento, a qual foi recoberta com fina camada de algodão e embebido na solução de AIB de 4.000 mg L-1 (DANNER et al., 2006). Em seguida, colocou-se 1,5 a 2 L de substrato Plantmax® Hortaliças umedecido e retido por pacote plástico, amarrado nas extremidades. Mensalmente, os alporques foram umedecidos com 60 mL de água, utilizando-se de seringa plástica.

A avaliação do percentual de enraizamento foi realizada 180 dias após a implantação do experimento. Os dados foram transformados em . Efetuou-se também a avaliação do número e do comprimento de raízes formadas. Os dados foram submetidos à anlise de variância (P<0,05), pelo programa computacional 'Genes' (CRUZ, 2006).



RESULTADOS E DISCUSSÃO



Experimento 1: Propagação de jabuticabeira por enxertia



Considerando o percentual de brotação dos enxertos, houve interação significativa entre as espécies enxertadas e as épocas de realização da enxertia (Tabela 1). Houve menor percentual de brotação de enxertos de P. jaboticaba realizados em agosto (15,6%), o que parece ter sido causado pela presença de frutos nesta espécie. Portanto, não é indicada a realização de enxertia com garfos retirados de plantas-matrizes em frutificação. Salienta-se que as plantas das outras duas espécies (P. cauliflora e P. trunciflora), para as quais a brotação dos enxertos foi superior em agosto, ainda não estavam em florescimento na data de coleta dos garfos. Nesse sentido, DeVier e Geneve (1997) observaram influência negativa do florescimento no enraizamento de estacas de crisântemo, o que parece ser devido à competição direta por carboidratos, entre as flores e o desenvolvimento de raízes.



Para o número de brotos, a interação entre os fatores estudados também foi significativa. Destaca-se que P. trunciflora obteve maior número de brotos em agosto, em comparação a maio, inclusive com maior número em relação às outras duas espécies. Para o comprimento de brotos, não houve interação significativa entre espécies de enxertos e épocas do ano. Porém, houve diferença significativa entre espécies, pois P. jaboticaba apresentou maior comprimento de brotos que P. trunciflora (Tabela 1).

REF: http://www.todafruta.com.br/portal/icNoticiaAberta.asp?idNoticia=22348

Um comentário:

  1. Fiquei satisfeito com as informaçoes e vou tentar fazer.Vou torcer para que eu tenha sucesso,assim vou tentar com outras especies de frutiferas.
    Obrigado pelas informaçoes.

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